Oficina de Pigmentação Natural

APAE Miracatu-SP

Oficina de inclusão para alunos da APAE de Miracatu/SP

A OFICINA FOI REALIZADA PARA OS ALUNOS DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL SÃO FRANCISCO DE ASSIS DA APAE DE MIRACATU/SP
Cartaz sobre o setembro verde, mês da inclusão da pessoa com deficiência

Este projeto buscou, de maneira específica e ampla, a realização de oficinas de pintura por meio da experimentação, criatividade, repertório, fazer artístico, criticidade e consciência ambiental, servindo como base para a identificação de novas possibilidades por meio da extração e uso de pigmentos naturais, como também a percepção de que hoje as instituições buscam por meios de produção sustentável. Apresentou como a arte contemporânea possibilitou a expansão no que diz respeito à materialidade e à produção de novas linguagens.

  • Experimentação
  • Criatividade
  • Criticidade
  • Consciência Ambiental

Por um lado, ambiente é o meio de onde a sociedade extrai os recursos essenciais à sobrevivência e os recursos demandados pelo processo de desenvolvimento econômico. Esses recursos são geralmente denominados naturais. Por outro lado, o ambiente é também o meio de vida, de cuja integridade depende a manutenção de funções ecológicas essenciais à vida (SÁNCHEZ, 2008, p. 21).

Aluna da APAE exibindo seu desenho de uma árvore
Aluna da APAE exibindo seu desenho de um pássaro

Celebrando o Setembro Verde e a Inclusão da Pessoa com Deficiência

Essa ação foi realizada dentro do Projeto Socioambiental que estamos executando à serviço da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo — SABESP — projeto este que realizou uma série de ações no calendário da APAE, dedicadas à conscientização e luta pela inclusão da Pessoa com Deficiência em nossa sociedade. O Setembro Verde, tem como principal objetivo reforçar a relevância do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, celebrado no dia 21 de setembro, que também é Dia da Árvore.

“NADA SOBRE NÓS SEM NÓS”

Alunos da APAE de Miracatu

Desenho alusivo às pessoas portadoras de necessidades especiais

Conceitos

  • Bio substância que confere cor aos tecidos ou às células de um organismo.
  • Substância sólida existente na natureza ou produzida quimicamente, que absorve, refrata e reflete os raios luminosos que sobre ela incidem; usado como corante.
Pequenos potes com os pigmentos utilizados
Pintura rupestre
Tinta Natural

O termo “tinta natural”, que designa as tintas feitas a partir de pigmentos obtidos de matéria-prima exclusivamente natural, apenas passou a ser utilizado nos últimos séculos, após 1856, ao inventarem as tintas feitas somente de compostos químicos manipulados em laboratórios, dando origem às tintas artificiais. Toda tinta antes dessa revolução na indústria de pigmentos e colorantes era considerada simplesmente tinta.

Extração do pigmento da amora
Fontes Naturais

A utilização de fontes naturais como matéria-prima para pigmentos coloridos é recorrente em todas as partes do mundo. Praticamente todos os tipos de sociedades e culturas desenvolveram técnicas para dar cor às suas criações. As primeiras tintas que temos registros são as pinturas pré-históricas em cavernas (30.000 – 8.000 a.c) feitas a partir da utilização de terras coloridas, pó de rochas, colas vegetais e animais, carvão vegetal e sangue. Como terras e rochas são pigmentos altamente duráveis e as pinturas estavam protegidas da ação do tempo nas cavernas, muitas continuam conservadas até os dias atuais.

Utilizados desde o período rupestre como forma de expressão, as cores marcam uma das primeiras capacidades humanas de abstração e representação de ideias. O homem inicia a conquista da cor ao iniciar a própria conquista da condição humana.

Elementos naturais da flora e da fauna passam a ser utilizados para colorir e ornamentar o corpo, utensílios, armas e paredes das cavernas: esfrega e trituram-se flores, sementes, elementos orgânicos e terras para a obtenção de corantes; a observação leva à utilização de matérias calcinadas para tingir de preto; passa-se a buscar pelos óleos minerais, animais e vegetais para fixar os corantes. Com acúmulo de todos esses conhecimentos, o homem enriqueceu sua subjetividade e a cor passou a abrilhantar os atos religiosos, comemorativos, guerreiros e fúnebres, dando origem aos primeiros códigos cromáticos, onde, para cada cor passa a ser atribuído um significado. A alquimia simbólica mais primitiva da humanidade!

Pintura rupestre

Objetivos Gerais

Pinceis sobre papel

Oferecer à instituição, à comunidade e seus interessados

  • Uma ampliação de repertório artístico, através de oficinas
  • Desenvolvendo pigmentos naturais que podemos encontrar em nosso dia a dia
  • Pigmentos que são de fácil acesso e possuem uma vasta riqueza em nosso país

“FORAM EXTRAÍDOS PIGMENTOS DE URUCUM, ALGAS MARINHAS, ERVA MATE, PÁPRICA, CÚRCUMA, UVA DESIDRATADA, AMORA E CAFÉ.”

Ampliando Horizontes: Desenvolvendo Sensibilidade, Motricidade e Criticidade em Atividades Manuais

Além disso, o projeto busca proporcionar aos participantes a oportunidade de desenvolver uma perspectiva ampla e criativa, permitindo-lhes explorar sensibilidade, habilidades motoras e pensamento crítico através de atividades manuais.

Explorando a Arte Contemporânea: Desenvolvimento Cognitivo e Pensamento Inovador

Assim, o ensino da arte contemporânea tem ganhado destaque como a abordagem mais apropriada. Isso se deve ao fato de que contribui para o desenvolvimento dos alunos, estimula a capacidade de reconhecer e expandir seu potencial cognitivo e promove uma maneira diferenciada de perceber o mundo.

De acordo com Barbosa (2003) A arte proporciona oportunidades para construir e despertar uma aprendizagem significativa no desenvolvimento intelectual e criativo, sendo capaz de potencializar a capacidade de comunicação e compreensão do mundo. Além disso, contribui fornecendo conhecimentos essenciais para a vida em sociedade, promovendo o desenvolvimento do pensamento crítico e estimulando a reflexão dos alunos, à medida que se envolvem na observação e compartilhamento de suas percepções e sensações.

Objetivos Específicos

  • Pesquisar e identificar diferentes fontes naturais de pigmentos disponíveis localmente
  • Explorar a diversidade de cores e tonalidades disponíveis nos pigmentos naturais, incentivando a criatividade e a expressão artística dos participantes;
  • Estimular a consciência ambiental ao destacar a sustentabilidade dos pigmentos naturais em comparação com produtos químicos sintéticos;
  • Proporcionar um espaço seguro e inclusivo para os participantes expressarem suas ideias e emoções por meio da arte dos pigmentos naturais. Incentivar a apreciação da cultura local, destacando pigmentos naturais tradicionalmente utilizados em técnicas de arte indígena, folclore ou artesanato regional.
  • Aluno da Apae, fazendo seu desenho com os pigmentos naturais, e acenando para a câmera

    “EM UM MUNDO MUITAS VEZES CINZA,
    AS CORES SÃO MENSAGEIRAS DA ALEGRIA.”

    Foto do Artista e Educador Profº Gustavo Pupo

    Como Foi a Oficina

    A oficina foi mediada pelo Artista e Educador Profº Gustavo Pupo, especialista em história da arte, onde os materiais foram previamente separados, e os pigmentos foram extraídos em partes, um dia antes da oficina, com o uso de amido de mandioca como base da tinta, e foram escolhidas diversas matérias-primas, de comum uso, pelos participantes.

    Foi realizada uma palestra prévia sobre sustentabilidade, ministrada pelo Coordenador do Projeto Socioambiental Rafael Guimarães, que provocou nos alunos quanto à importância da conservação dos recursos naturais e da produção e consumo conscientes, que possibilitam uma melhor qualidade de vida, dentro de uma linguagem compreensível a todos os participantes, inclusive, com participação e discussão sobre o que cada um faz nesse sentido em seus hábitos e conduta social.

    Arte e Inclusão no Setembro Verde

    Os alunos da Escola de Educação Especial São Francisco de Assis da APAE de Miracatu estão bem alinhados com as boas práticas ambientais e se familiarizaram com a oficina, sendo possível perceber que todos desenvolveram suas telas e pinturas de acordo com o sentimento e considerando a limitação de cada um, que não foi fator impeditivo para o pleno desenvolvimento da oficina.

    Também foi realizada uma elaboração prévia da proposta e sua adaptação ao ambiente da Escola e ao calendário do Setembro Verde, o que possibilitou o envolvimento e participação de todos os atores envolvidos na Educação Especial da APAE de Miracatu.

    Foto de diversos alunos exibindo suas pinturas
    Aluno da Apae exibindo seu desenho

    “A EDUCAÇÃO AMBIENTAL É PARA TODOS, TANTO EM SUA PARTE DE APRENDIZADO QUANTO DE RESPONSABILIDADES QUE CADA CIDADÃO TEM NA SOCIEDADE EM QUE VIVE”

    Educação Ambiental Inclusiva

    A essência do Desenvolvimento Sustentável, de maneira geral, deve ser a INCLUSÃO, não somente de pessoas com deficiência, mas de todos que, de alguma maneira, são menos favorecidos que os demais.

    Além disso, todas as pessoas geram impactos ambientais, negativos e/ou positivos, independente de sua classe social, raça, etnia, etc. Por isso, a Educação Ambiental tem o importante e fundamental papel de buscar melhorias através da implantação do conceito de responsabilidade compartilhada, ou seja, o “um por todos e todos por um”, nunca fez tanto sentido como atualmente, especialmente diante da maior crise climática já vivida em todos os tempos pela humanidade, à qual todos nós pertencemos. O bem-estar e a própria sobrevivência da nossa espécie depende da difusão de uma consciência coletiva de cuidado consigo, com o próximo e com o planeta Terra.

    À medida que políticas públicas e ações socioambientais possibilitam a disseminação de informações e conhecimentos sobre E.A, por outro lado, isso não atingirá sua completude se apenas for focada em uma educação formal, informal e não formal. É preciso introduzir a INCLUSÃO, para que assim a totalidade possa ser possível, na cobertura geral de todo cidadão brasileiro.

    Pragmaticamente falando, ainda são raras as exceções de ações de inclusão de pessoas com deficiência nos programas, estratégias, ações e atividades no âmbito da Educação Ambiental de maneira geral, onde pelo Projeto Socioambiental que estamos executando à serviço da Sabesp, conseguimos incluir a Escola de Educação Especial São Francisco de Assis na programação de formações, palestras, calendário ambiental e na aplicação de oficinas específicas para o desenvolvimento dos alunos e professores, possibilitando uma universalização e total abrangência nas diferentes redes de ensino em Miracatu, pois, as escolas de âmbito municipal e estadual, bem como as particulares já estavam sendo assistidas.

    Acreditamos que pela expansão da consciência quanto à preservação dos recursos naturais, especialmente os hídricos, é que chegaremos à melhoria dos cenários, onde a responsabilidade compartilhada nos orienta quanto aos deveres e direitos de cada um de nós.